Wednesday 18 March 2015

Pressão dos socialistas para o combate à fraude e evasão fiscal começa a dar frutos, mas é preciso ir mais longe

A proposta apresentada esta quarta-feira pela Comissão Europeia (CE) para tornar obrigatória a troca de informações entre os Estados membros da União Europeia (UE) sobre as suas práticas de optimização fiscal é uma iniciativa muito positiva, mas é preciso ir muito mais longe no combate à fraude e evasão fiscal.

A iniciativa deixa-me muito satisfeita, sobretudo porque resulta em grande parte da pressão que os socialistas exercem há anos sobre a CE para propor um sistema centralizado e obrigatório de troca de informações sobre os acordos fiscais especiais que vigoram em vários países da UE.

É preciso acabar com estas práticas fiscais agressivas praticadas por alguns Estados para atrair investimento estrangeiro através de esquemas que permitem a pessoas e empresas multinacionais pagar muitos menos impostos do que aqueles que seriam devidos nos países onde realmente operam. Mesmo que sejam legais, estas práticas (geralmente conhecidas por "tax rulings") são imorais e minam os interesses dos países vizinhos.

A proposta vai a partir de agora ser analisada e votada tanto no Conselho de Ministros da UE como no Parlamento Europeu, onde os socialistas se vão bater pelo reforço das exigências de transparência sobre todos os acordos de optimização fiscal, tanto os actuais como os passados que ainda estão em vigor. Também nos vamos bater pela inclusão das pessoas singulares nesta transparência.

Apesar deste progresso, no entanto, estou desapontada pelo facto de a CE não ter aproveitado esta oportunidade para avançar com outras medidas que são há muito pedidas pelos socialistas: o estabelecimento de uma definição comum europeia de paraísos fiscais e a instituição de uma lista negra das empresas que evadem o fisco e de todos os consultores que as aconselham e ajudam nesse processo.

A justiça fiscal de que precisamos não é só nacional, é também internacional.

É mais do que tempo de assegurar que os cidadãos confiam no sistema fiscal.

 

 

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