Senhor presidente Juncker, Senhor primeiro ministro Renzi
A presidência
italiana será lembrada por uma série de iniciativas nomeadamente no que diz
respeito ao fundo de resolução bancária ou ao branqueamento de capitais. Mas
será sobretudo lembrada por ter tido a coragem e a inteligência de colocar na
agenda politica algumas questões essenciais para a sobrevivência do euro e do
projecto europeu.
A conciliação
entre a disciplina das contas públicas e a sobrevivência da economia e do
emprego, ou a necessidade de não matar o investimento estratégico só porque é
preciso conter a despesa pública, podem parecer assuntos triviais e no entanto
não o são. A presidência italiana trouxe estes temas seriamente como temas de
discussão das políticas fundamentais da Europa.
A Comissão
Europeia é nova, mudou, o Parlamento mudou. A Europa continua no entanto
mergulhada na estagnação com riscos de deflação, com um desemprego assustador e
com a perda de confiança dos cidadãos no projecto europeu. É verdade, a
presidência italiana não trouxe ainda o choque de energia e de vitalidade de
que a Europa necessita urgentemente, mas talvez isso fosse impossível.
Depois de anos de
dogmatismo, e de austeridade cega e empobrecedora e sem esperança, a nova
Comissão Juncker e a presidência italiana começaram a abrir os temas que
interessam e a apontar na direcção certa. Nada fica concluído, mas abriram-se
as portas para o trabalho que temos de fazer, certamente a nível de cada país,
mas certamente também a nível colectivo, sobretudo agora que os limites e as
lacunas da arquitectura europeia e sobretudo da moeda única se tornaram
evidentes.
A reflexão tem de
continuar. Faço votos para que a presidência letã não perca o momentum, mas faço votos também de que a
Itália, uma vez no Conselho, não perca o rumo. A Europa precisa da Itália. Os
cidadãos representados aqui nesta casa precisam de reencontrar a esperança e de
reencontrar sobretudo a alma da Europa. Obrigada à presidência italiana, abre-se
uma luz de esperança na nossa frente. Muito obrigada.
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