Monday 1 February 2016

Um mau início da União Bancária pode destruí-la e isso é fatal para estabilidade europeia

Intervenção no debate na sessão plenária do Parlamento Europeu com Mario Draghi, presidente do Banco Central Euuropeu

https://www.youtube.com/watch?v=gr4yeV8nj38&feature=youtu.be


Transcrição:

Muito obrigada senhor presidente Mario Draghi pelas respostas que me enviou às perguntas que lhe dirigi enquanto signatário do relatório dos 5 presidentes. Ainda estou à espera da resposta dos outros signatários, dos outros presidentes.
Na sua resposta confirma o interesse, a importância de que o Mecanismo Europeu de Estabilidade (ESM) pudesse capitalizar directamente bancos viáveis. E ainda hoje lembrou, reforçou, a sua convicção de que a linha de crédito comum para o Fundo de Resolução e uma estabilização dos depósitos são elementos fundamentais da agenda.
 Esperemos que o Conselho e a Comissão conservem também os seus compromissos dessa mesma forma.
 Mas a verdade é que hoje nós temos uma supervisão bancária única desde Novembro de 2014; temos desde há um mês uma resolução única e todos estes elementos de estabilização da União Bancária não estão operacionais.
Embora a resolução única europeia ainda não tenha intervindo de facto, as experiências de aplicação da nova directiva de resolução europeia - a BRRD - têm-se revelado altamente problemáticas, sobretudo no caso das economias mais frágeis.
Hoje quando se pede numa economia dessas um reforço do capital de origem privada à banca e ao mesmo tempo pela primeira vez se faz bail-in - se imputam perdas a credores sénior e a depositantes em outros processos de resolução - geram-se tensões absolutamente contraditórias no mercado.
Ao contrário do que se pretendia neste período de transição, a relação entre bancos e estados parece mais complicada, intensa e perigosa do que nunca. E fica apenas nas mãos do Estado e desses estados frágeis a contenção dos brutais riscos sistémicos.
Isto leva-me a colocar um conjunto de questões, mas em particular as seguintes:
- Quem está a acompanhar estes impactos? Está o BCE a acompanhá-lo no board de risco sistémico?
- Pode a União de Mercados de Capitais ajudar a tratar o problema dos non-performing loans - do crédito mal parado?
- E quem tem a visão global do sistema bancário dos países? É a política de concorrência nas mãos da Comissão ou é o SSM apoiado e coordenado pelo Banco Central Europeu?
São questões que têm de ser respondidas porque um começo mau da União Bancária pode destruí-la e isso é fatal para estabilidade europeia.
Muito obrigada

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