Wednesday 24 February 2016

UE precisa de mudar a agenda económica, Portugal é um bom exemplo


Intervenção na sessão plenária do Parlamento Europeu sobre o Semestre Europeu - Relatório de Maria João Rodrigues

24/02/2016

Senhor comissário Dombrovskis, Conselho, bem vindos.

Começo por agradecer a toda a equipa de colegas que foram relatores e em particular à Maria João Rodrigues, pela ECON, este excelente relatório.

A mensagem que o relatório traz é muito clara: é altura de alterar as agenda económica da Europa.

Hoje nos Estados Unidos a crise de 2008 pertence aos manuais da História.

Na União Europeia, no entanto, continuamos a patinar, desculpem-me o plebeísmo, numa recuperação excessivamente débil e no desemprego.

As expectativas hoje para a indústria alemã estão infelizmente ao nível de 2008/2009.

A banca e os seguros começaram de novo a dar sinais de tensão. Porque não há bons negócios se não houver boas empresas rentáveis, e não há empresas rentáveis sem procura interna e sem investimento por mais baixa que seja a taxa de juro.

Na economia não pode só haver oferta, tem de haver procura. E a política económica que temos seguido tem extinguido essa procura através de uma austeridade excessiva.

Hoje qualquer oscilação na economia dos Estados Unidos ou da China perturba a União.

É preciso reajustar a política orçamental, introduzir simetria no ajustamento entre países deficitários e países excendentários. É preciso proteger o investimento estratégico e parece que sobre isso há um consenso. E é preciso completar a união bancária ou a União Europeia perderá o controlo sobre o seu próprio destino.

Portugal é neste aspecto um bom exemplo de que é possível cumprir as regras europeias e assumir uma política mais estimulante do crescimento económico e do emprego.

Mas é preciso que a União e a Comissão em particular, e o Conselho, estejam disponíveis para apoiar alternativas como estas e também mudar a dominante que até agora tem existido na política geral da própria União Monetária.

Com tantos problemas a ameaçarem a União, tenhamos a inteligência de resolver a componente económica porque essa está nas nossas mãos.

Espero que assim aconteça.

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