A Comissão
Europeia tem 7 investigações em diferentes países europeus. O mais complicado
de explicar é o facto de que muitos destes acordos e muitas destas práticas
acabam por ser legais. Os grandes gabinetes de consultores e advogados
asseguram-no. E há aqui uma enorme imoralidade. As empresas estão a operar em
países da União Europeia, não estão a pagar impostos quase em lado nenhum e
sobretudo não estão a pagá-los onde deviam.
Os cidadãos estão
esmagados nesses mesmos países com impostos e políticas de austeridade,
enquanto as grandes multinacionais defraudam o fisco em milhares de milhões de
euros. Isto é profundamente imoral. Quando as situações se tornam imorais como
é este caso, não podem ser protegidas pela lei europeia. A lei serve para isso
mesmo, serve para tornar compatível aquilo que é ilegal com aquilo que é
moralmente insuportável aos cidadãos. É essa a função da política e é essa a
função da legislação. O que significa que a legislação tem de mudar e tem de
mudar a nível europeu. Jean-Claude Juncker conhece melhor do que ninguém as
práticas do seu país de origem. E a credibilização da Comissão Europeia e de
toda a sua equipa passa por ele ser o líder, o agente central de uma mudança
radical da agenda europeia avançando com propostas sérias para acabar com estas
situações.
Precisamos de um compromisso
muito mais claro do que aquele que foi aqui apresentado hoje, com um calendário
exaustivo e com um compromisso claro com este Parlamento de que alguma coisa de
radical vai mudar na UE depois deste enorme escândalo. É isto que os cidadãos
exigem e é isto que também o Conselho (de ministros da UE) tem de reconhecer
revendo a sua tradicional lei da unanimidade (para as decisões fiscais) porque
impede o progresso que é necessário.
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