Tuesday, 2 December 2014

Já chega de tanta colagem do Governo à troika!

Esta terça-Feira, 2 de Dezembro, a ministra das finanças, Maria Luís Albuquerque participou num debate com os deputados europeus ao abrigo do "diálogo económico" que é realizado regularmente pela comissão dos assuntos económicos e monetários do Parlamento Europeu (ECON) com responsáveis nacionais e europeus.
Ao fim de uma hora e meia de perguntas e respostas, não tive alternativa senão concluir que o Governo continua colado às políticas que foram impostas pela troika no programa de ajustamento
económico e financeiro imposto a Portugal desde 2011.
Esta atitude é chocante num país em que a dívida pública - 128% do PIB - é hoje a segunda mais elevada da zona euro, o investimento caiu a pique, o desemprego afecta mais de 700 mil pessoas, 200 mil jovens tiveram de emigrar e 25% da população está em risco de pobreza.
Maria Luís Albuquerque confirmou a sua total concordância com a receita da troika e, embora tenha afirmado que "seria sempre possível fazer melhor" não enumerou qualquer aspecto em que o Governo pudesse ou quisesse ter actuado de forma diferente. Ou seja, do seu ponto de vista, nada de concreto poderia ou deveria ter sido feito de forma diferente no processo de ajustamento. O que é lamentável, quando até o próprio presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, reconhece que houve abusos e exageros.
A questão não é se o ajustamento era necessário, nem se podia ter sido feito sem custos. A questão é se os objectivos foram atingidos e se o método não gerou sacrifícios excessivos, e é aqui que a colagem à troika é chocante.
Também não se percebe porque é que o Governo se mantém evasivo sobre os projectos que pretende candidatar ao novo fundo europeu de investimento de 315 mil milhões de euros anunciado há uma semana por Juncker. Enquanto a França e Espanha estão a debater opções e já apresentaram a Bruxelas listas de projectos candidatos no valor de várias dezenas de milhares de milhões de euros, Portugal limita-se a afirmar-se genericamente interessado. Esta apatia não faz qualquer sentido num dos países que mais precisa de apoio para estimular a sua economia...




 





 

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